Última atualização em 20 de setembro de 2025 Jornalista RenatoGlobol
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Manifesto Contra os Bilionários: Os Novos Senhores Abjetos da Humanidade
Vivemos em uma era de farsas bem produzidas. O noticiário gira em torno de disputas partidárias, discussões identitárias, polêmicas culturais, guerras regionais, tragédias ambientais. Tudo isso é real, urgente, legítimo. Mas, por trás da cortina de fumaça, existe uma engrenagem silenciosa que comanda o espetáculo: os bilionários.
Não falo aqui de pessoas ricas, de empresários de sucesso ou de profissionais que prosperaram pelo esforço e pelo talento. Falo de algo muito mais monstruoso: a figura do bilionário como aberração econômica e política, alguém que, sozinho, concentra mais riqueza do que nações inteiras, alguém que compra governos, manipula a mídia, corrompe universidades e controla o destino de bilhões de seres humanos.
Um bilionário não é um modelo de sucesso. É um parasita social.
Sua existência não é um acidente: é um crime. É o resultado de sistemas projetados para sugar, concentrar e blindar riqueza de forma obscena, enquanto a maioria da humanidade luta para sobreviver com salários de fome, dívidas impagáveis e serviços públicos em ruínas.
1. Bilionários: a aristocracia do século XXI
No passado, reis absolutistas governavam com coroa e espada. Hoje, os bilionários governam com ações, fundos e algoritmos. Se ontem as coroas eram símbolos de poder divino, hoje as bolsas de valores e os paraísos fiscais são os templos da nova religião: o culto ao dinheiro infinito.
Eles não respondem a parlamentos, não seguem leis comuns, não obedecem às mesmas regras que você e eu. Criaram um sistema paralelo de impunidade global, onde suas fortunas se multiplicam em ilhas fiscais, blindadas por advogados, bancos e governos submissos.
A democracia moderna tornou-se um teatro: candidatos disputam votos, mas quem financia campanhas e decide prioridades são os bilionários. E não se engane: não existe governo popular sob o domínio dessa casta. Existe apenas fachada.
2. O mito do bilionário gênio
A propaganda insiste: bilionários são visionários, gênios, heróis do empreendedorismo. Mas a realidade é outra:
- Muitos herdaram fortunas e apenas expandiram privilégios.
- Outros construíram impérios baseados em monopólios violentos, explorando mão de obra barata, destruindo concorrentes e manipulando leis.
- Todos sustentam seu poder drenando recursos públicos: isenções fiscais, perdões de dívidas, contratos vantajosos com governos.
A verdade incômoda: ninguém acumula bilhões sem roubar coletivamente o trabalho e a vida de outros.
Enquanto enfermeiros, professores e agricultores são mal pagos, enquanto famílias se endividam para pagar aluguel ou comprar comida, um punhado de bilionários acumula mais riqueza do que metade da população mundial. Isso não é mérito, isso é um assalto em escala global.
3. A máquina da manipulação: mídia e universidades
Um aspecto ainda mais perverso do poder bilionário é seu controle narrativo.
Compram jornais, revistas, canais de televisão, plataformas digitais inteiras. Decidem o que você lê, ouve, assiste e acredita. O jornalismo independente é asfixiado pela falta de recursos, enquanto os grandes veículos, alimentados por dinheiro bilionário, repetem a versão conveniente da história.
Nas universidades, o processo é mais sutil, mas igualmente grave. Bilionários financiam pesquisas, doam prédios, oferecem bolsas — mas sempre atrelando sua imagem e suas prioridades. Assim, definem quais saberes prosperam e quais ficam invisíveis. Criam gerações de acadêmicos que aprendem a ver o mundo a partir das lentes do mercado e não da justiça social.
É uma colonização do pensamento. Uma captura da imaginação coletiva.
4. Cortinas de fumaça: dividir para reinar
Não se engane: os bilionários não ignoram os debates sobre raça, gênero, sexualidade ou meio ambiente. Ao contrário, eles instrumentalizam essas lutas para fragmentar resistências.
Promovem campanhas de diversidade em empresas que exploram trabalhadores. Fazem doações “verdes” enquanto investem em mineradoras e petroleiras. Patrocinam institutos e ONGs que falam em igualdade, mas jamais questionam a estrutura que permite que um único indivíduo acumule fortunas bilionárias.
Enquanto discutimos entre nós, eles continuam intocados. Transformam causas legítimas em distrações estratégicas, desviando o foco da raiz que une todas as opressões: a concentração obscena de riqueza.
5. O impacto real dos bilionários
Os efeitos do domínio bilionário são devastadores:
- Na saúde: a privatização de serviços e o subfinanciamento público resultam em sistemas precários, enquanto bilionários investem em clínicas de luxo e tecnologias exclusivas para prolongar suas próprias vidas.
- Na educação: escolas públicas sucateadas, professores mal pagos, enquanto universidades privadas recebem investimentos bilionários que moldam currículos a serviço do mercado.
- No meio ambiente: os maiores poluidores do planeta são empresas controladas por bilionários. Desmatamento, emissão de carbono, destruição de ecossistemas — tudo em nome de mais lucro.
- Na política: partidos reféns de doações milionárias, leis feitas sob medida, portas giratórias entre governos e corporações.
- Na cultura: da música ao cinema, do jornalismo às artes, tudo passa pelo filtro do patrocínio bilionário, criando uma indústria cultural domesticada.
O resultado é um mundo doente, exausto, sem horizonte.
6. O bilionário como inimigo comum
Devemos ser claros: o bilionário não é um indivíduo neutro. É um inimigo ativo da humanidade.
Enquanto existir bilionários, não haverá democracia verdadeira.
Enquanto existir bilionários, não haverá justiça social.
Enquanto existir bilionários, não haverá futuro sustentável.
Todos os povos, todas as lutas, todas as causas encontram-se em uma mesma raiz: a necessidade de enfrentar e derrotar essa casta.
7. O que exigimos
- Taxação radical e progressiva das fortunas bilionárias. Não basta cobrar impostos sobre renda: é preciso desmontar a acumulação em si.
- Abolição dos paraísos fiscais. Cada dólar escondido em ilhas do sigilo é sangue roubado das populações.
- Fim da influência bilionária sobre mídia e universidades. Doações, patrocínios e aquisições que controlam pensamento devem ser proibidos.
- Limite estrutural de riqueza. Nenhum ser humano deve poder acumular além de milhões. Bilionários são armas de destruição social em massa.
- Reconstrução do comum. Educação, saúde, ciência e cultura financiadas coletivamente, livres da chantagem bilionária.
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Regulamentar com rigor os bilionários
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Responsabilizar juridicamente bilionários pelo impacto social e ambiental
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Tributar de forma progressiva fortunas bilionárias
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Conter o poder abusivo dos bilionários
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Desconcentrar a riqueza bilionária acumulada
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Reestatizar recursos drenados por bilionários
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Democratizar o capital sequestrado por bilionários
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Inconstitucionalizar privilégios bilionários
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Enquadrar os bilionários dentro da lei e do interesse público
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Limitar por lei a acumulação bilionária
8. Chamado à humanidade
O que está em jogo não é apenas economia. É a sobrevivência da dignidade humana.
Não podemos mais romantizar, admirar ou aceitar bilionários como parte da paisagem. Eles não são heróis. São criminosos travestidos de benfeitores.
A história nos mostra que reis caíram, impérios ruíram, ditaduras foram derrubadas. A era dos bilionários também terá fim — se nós tivermos coragem de nomeá-los como o que são: os novos senhores abjetos da humanidade.
O tempo da covardia acabou.
O tempo da denúncia tímida acabou.
É hora de dizer em alto e bom som:
Ou o mundo se liberta dos bilionários, ou será destruído por eles.
Palavras finais
Este manifesto não é apenas um texto. É um chamado. Uma convocação. Uma denúncia aberta.
Que cada leitor, cada trabalhador, cada estudante, cada artista e cada cidadão se levante com essa clareza: o bilionário é o inimigo comum de todos nós.
Enquanto houver um só bilionário, não haverá paz.
Enquanto houver um só bilionário, não haverá justiça.
Enquanto houver um só bilionário, não haverá futuro.
E por isso, nossa luta é clara: um mundo sem bilionários.