Grupo Matula Teatro

Grupo Matula Teatro

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O Publico gostou do Grupo Matula Teatro nas ruas da Vila Santa Isabel

 

Ontem após voltar de um encontro com um destacado empresário sobre a pré estreia de meu curta metragem no Núcleo de Cultura em Betel Paulínia nessa próxima quinta-feira 15 de dezembro de 2021, enquanto ainda refletia sobre a conversa, ouvi sons de tambores e vozes bem afinadas e fui ver do que e tratava, algo estava fora de lugar.

Era um coletivo de artistas aqui de minha Vila Santa Isabel, Grupo Matula  Teatro; Dirigindo-me à rua fonte do furdúncio, passei pelo meu pai que lia uma espécie de carta aberta que alguém do grupo havia lhe entregado, percebi que ele ria de contentamento ao ver a iniciativa desse grupo pequeno, alegre e festivo bem ao modo de como todos nós aqui em casa amamos; Quem não gosta de festa e alegria não é mesmo? Peguei minha câmera e filmei aos artistas, gostei do que vi. Veja ao fim da matéria a gravação que fiz deles.

Minha critica a Unicamp é o fato de a única coisa positiva que esse espaço com toda sua estrutura multimilionária e sua capacidade intelectiva monumental é se resumir única e tão somente ao curso de medicina que socorre a todos nós e mais nada, sei que não é pouca coisa. Sim tem gente que ganha dinheiro alugando casinhas, vendendo cerveja e comida, mas tudo gira em torno do movimento de gente que chega, se aloja, estuda, diverte-se e vai embora depois de algum tempo sem deixar ou compartilhar nada, absolutamente nada.

Depois daquele crime, que aconteceu após um show no ginásio de esportes da Unicamp, parou de vir pra cá grandes shows e as festas pra todo mundo chapar o coco e descolar um lance, nunca mais, agora só tristeza.

Até ontem eu pensava que os estudantes das cênicas pequenos burgueses, não podiam nos oferecer coisa alguma original, pois eram alienados como seus país, pertencentes ao grupo privilegiado de semianalfabetos intelectuais brasileiros colonizados pela cultura norte americana e europeia como bem denunciou Glauber Rocha.

Por outro lado sei que nos idos dos anos sessenta foram gente como os avós dessas pessoas que proibiram a inovação, invadiram e fecharam a faculdade de Brasília, expulsaram seus professores trazidos à duras penas pelo saudoso Darci Ribeiro e fundaram a Unicamp para ser um centro de formação de cérebros chapa branca; O sucesso foi total, de lá para cá, só reprodução cultural de massa na colônia Brazil.

A carta aberta entregue ao meu pai pelo Grupo Matula Teatro me comove, pode ser que de fato algo evolua, se transforme, mude e melhore nossa realidade, embora eu saiba que não se transforma tanta opressão, falta de cuidado, expropriação, educação dirigida ao mercado com atos de vontade como as das quatro pessoas que assinaram a carta muito simpática e cheia de boas intenções. Que tal um voto de confiança neles?

Sim é claro e evidente que precisamos crer que a juventude pode trazer o novo e devemos dispensar a eles nossos braços, mentes e corações ao nos solicitar que vamos até seus espaços culturais, e digo mais o que veremos neles?

A costumeira viagem ao fundo do ego de burgueses descolados depois de uma viagem ao exterior? Reprodução de algum livro que mostrou a culpa de seus progenitores na invasão do Brasil? Algum pensamento que o assombra depois de descobrir que sua acumulação capitalista é criminosa? Uma viagem psicodélica e o resultado da Ayahuasca? A pobreza dos sertões e favelas ou as peripécias de um malandro que vive a duras penas, mas que tem uma relação amorosa com uma morenaça e se da bem? Beijo gay?

Sinceramente eu não sei meus amigos, os portadores da alegria formados pela Unicamp ainda não mostraram possuir as ferramentas para falar com a massa pobre e oprimida, eles não possuem a mínima condição de convencer a nós que moramos a poucos metros de seus barracões de irmos ver suas performances pelo simples fato de serem alienígenas culturais para a maioria de nós outros do povo trabalhador explorado, expropriado de nossas tradições artísticas tais quais o samba, forro, mutirão, festa junina com milho, pamonha e amendoim, feijoada com sanfona, caipirinha com modas de viola, folia de reis, capoeira, brincadeira de rodas, circo e as dramatizações no picadeiro,

Sarau é coisa de europeu, pelo amor de deus! Nossa maior instituição é a escravidão, nossa cultura é a que saiu da senzala. Somos mestiços, negros e índios, nossa arte é a macumba e não opera.

Contudo protesto que sou aliado do coletivo de artistas e não inimigo, divulgar sua existência a despeito do conteúdo que pode vir a ser acessível, fazer-nos pensar, agir para mudar nossas vidas para melhor, sim merece mais nosso crédito que desconfiança e descrença. É isso.

Sede do Grupo Matula Teatro Em Barão Geraldo

 

Grupo Matula - coletivo de artistas

Grupo Matula Teatro – coletivo de artistas

 

Cantadores

 

Renato Mendes de Andrade – Jornalista MTB 72.493/SP

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