Diga Não ao “6×1”: Pela Liberdade Além das Correntes do Trabalho!
por Jornalista RenatoGlobol · Published · Updated
Última atualização em 14 de novembro de 2024 Jornalista RenatoGlobol
Enquanto você rala em uma rotina 6 por 1, numa gangorra sem fim entre a semana e o alívio da folga única, nossos parlamentares mal começam a esquentar a cadeira e já estão de olho no relógio para a partida de quinta-feira. E que ninguém se atreva a questionar a “dedicação” deles, hein? Falar de “privilegiados” no trabalho é pura balela, claro. Afinal, quem não gostaria de labutar tão arduamente de terça a quinta, com um combo de benefícios para segurar o “desgaste físico e emocional” de três dias?
Elite Brasileira e o Amor ao Sofrimento dos Outros
Nossos deputados não escondem: adoram a ideia de que você trabalhe seis dias e folgue um – afinal, que graça teria ver a plebe descansando? Se o trabalhador exige um pouco mais de folga, aí vêm eles com discursos inflamados sobre a “ameaça ao PIB”, o “perigo do ócio” e, claro, o “risco iminente à economia nacional”. É quase poético, não? Enquanto você se debate no transporte lotado, eles reclamam do preço do combustível para o jatinho e da fila do café no aeroporto.
E quando um trabalhador ousa pedir melhores condições, lá estão eles, os heróis da resistência contra a preguiça alheia, a dar lições de moral. “É preciso trabalhar mais para desenvolver o país”, pregam os senhores engravatados, sem perceber que a sua única verdadeira jornada exaustiva é a escolha entre a Riviera Francesa ou Miami para o próximo recesso parlamentar.
Trabalhar Três Dias é Pouco? Reforma o Calendário!
Quem sabe a “eficiência parlamentar” poderia inspirar o trabalhador comum? Seria um sonho: imagine você, operário, motorista, enfermeira, passando o dia “planejando” e “debatendo” como nossos deputados, e de quebra, folgando de quinta até segunda. Mas essa folga, caro leitor, é só para quem atinge o nirvana da eficiência legislativa, aquele grupo seleto que trabalha tão arduamente que mal sobra tempo para – veja só – realmente cumprir promessas de campanha.
É claro que uma rotina tão leve (para eles) requer uma recompensa de peso: por isso, nosso Congresso adora reajustes de salário, penduricalhos, auxílio-moradia, plano de saúde vitalício e mais uma lista que nem cabe aqui. Afinal, é preciso remunerar bem quem trabalha três dias por semana e luta bravamente para proteger o Brasil da horrível ameaça dos trabalhadores descansados!
O Nobre Exercício da Indignação Selecionada
Esses dias, qualquer sindicato que cogite falar em 5 por 2 ou uma carga horária mais justa é recebido com pedras, cruzes e gritos: “Como assim, uma semana de folga? Isso é um golpe contra o futuro!” Nossa elite política se estapeia para proteger o direito sagrado do trabalhador ao cansaço, à exaustão. Só o suor do operário, afinal, garante o descanso do chefe e, quem sabe, um novo Rolex para abrilhantar a próxima reunião.
Imagine o susto se, de repente, tivéssemos uma rotina mais humana para todos! Isso seria um abalo ao sistema que mantém tão bem (e folgado) o alto escalão. Então, da próxima vez que você ouvir falar da jornada de seis dias, agradeça à sua estrela da sorte. Pois enquanto você segue firme na labuta, há alguém na tribuna, trabalhando para garantir que você nunca perca esse “direito sagrado” de trabalhar – e nunca folgar.
Diga Não ao “6×1”: Pela Liberdade Além das Correntes do Trabalho!
E então, meus caros leitores, eis que surge o Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), com seu grito libertário: “Chega de viver para trabalhar!” E o que a elite pensante da nossa Câmara dos Deputados tem a dizer? Ora, qualquer um diria que ao final dessa jornada de três dias úteis semanais, onde as excelências exercitam bravamente o polegar apertando botões, eles já estão merecendo um descanso. Afinal, nada mais cansativo do que a repetição dos próprios benefícios, enquanto milhões de trabalhadores perdem suas vidas numa escala que ironicamente nos lembra tempos passados — o famoso “6×1”. Sim, 6 dias de suor por 1 de descanso. Uma troca justa… para os donos do chicote!
Para nós, brasileiros e brasileiras, esses seis dias representam o paradoxo do suor que nunca cessa, mas que parece nunca valer o bastante. E é curioso: quem se coloca contra essa redução de jornada grita palavras como “insegurança jurídica” e “inflação”, como se fossem grilhões nas pernas do trabalhador. Ora, vamos lá, precisamos mesmo aceitar essa retórica?
Movimento VAT e a Nova Esperança
O que o VAT traz é um facho de luz na escuridão: uma jornada de 4 dias por semana e um fim definitivo ao 6×1. O movimento já arrastou mais de 1,5 milhão de assinaturas, mas as forças da manutenção do “status quo” já estão afiando os dentes. Talvez os chefes dos CEOs deste país vejam nisso um incômodo. Como ousam pensar que quatro dias de trabalho são o suficiente para viver?
A deputada Erika Hilton entrou na luta com um argumento que nos toca fundo: nossa qualidade de vida. Ela quer adaptar o trabalho aos tempos modernos e criar um ambiente onde trabalhar não seja um ato de resignação ou uma sentença de cansaço eterno. Ela argumenta que o bem-estar é algo que os trabalhadores também merecem, pasmem! Mas nossos donos do poder, aqueles que preferem uma “segurança jurídica”, não conseguem engolir essa mudança, pois, segundo eles, trará custos. Afinal, o que é a vida do trabalhador diante dos custos de produção?
Vamos à Luta!
Portanto, trabalhadores e trabalhadoras deste país, basta de engolir essa palhaçada, de aceitar essa rotina de trabalho e descanso contados a dedo! E que tal se juntar a essa luta, assinar o abaixo-assinado do VAT, fazer barulho, e, quem sabe, lembrar a esses poucos e poderosos que nossos corpos e mentes não podem ser consumidos à exaustão?
Que tal darmos um passo além, enfrentando os lobistas e interesses que tentam manter nossas vidas nesse vai-e-vem exaustivo? Afinal, temos direito a uma existência além do suor e do esforço incessante. Afinal, somos humanos, não engrenagens!
Por: Renato Mendes de Andrade – Jornalista – MTB 72.493/SP
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[…] seguem esperando por um mínimo de reparação. Não vamos parar de gritar: justiça para Mariana, justiça para as vítimas, e justiça para o […]